quinta-feira, 14 de abril de 2011

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Caso Clínico

Estudo de caso forense: vítima de incêndio.• Homem de 38 anos de idade
• Encontrado morto por bombeiros que atenderam ocorrência de incêndio em seu apartamento.
• O incêndio iniciou no sofá.
• A vítima era fumante.
• Resultado da necrópsia: sem causa de morte morfologicamente detectável.



1) Quais sintomas externos são importantes?
R: As queimaduras pelo corpo são os sintomas externos mais importantes. Pela foto, o grau das queimaduras não passaram do 2° grau, isso pode significar que a morte foi causada por asfixia a gases que são liberados no ambiente quando acontece algum incêndio, como por exemplo o monóxido de carbono.

2) Quais investigações toxicológicas devem ser realizadas?
R: A principal investigação toxicológica que deve ser feita é COHb (carboxi-hemoglobina).
Resultado das primeiras investigações:


3) Por quê o CO é tóxico?
R: Existindo monóxido de carbono no ar inspirado, haverá no sangue uma “competição” entre CO e O2 pelas moléculas de hemoglobina. O problema causado por essa competição é o fato dos íons Fe2+ ligarem-se mais fortemente ao CO do que ao O2 . Com isso, as moléculas de hemoglobina que reagem com CO, dificilmente tornam-se livres, perdendo assim sua função transportadora de oxigênio – costuma-se dizer que a hemoglobina fica desativada.
Quando maior a concentração de CO no ar inspirado, maior a quantidade de hemoglobina desativada e, como conseqüência, mais graves os danos causados à saúde.

4) Acima de qual concentração de COHb% existe elevada probabilidade de morte por CO?
R: Se houver exposição ao monóxido de carbono por mais de uma hora, a COHb% suficiente para causar morte é de 60%. O paciente apresentou um índice de 68%, comprovando a morte por asfixia causada pelo determinado gás.

5) Onde ocorrem envenenamentos com CO?
R: Inalar emanações de exaustão do veículo motorizado. Em uma moradia sem fontes óbvias de gás de combustão, como aquecedores. Em incêndios, como já foi citado acima. A fumaça do cigarro também contém monóxido de carbono.

6) Quais causas de morte devem ser consideradas em vítimas de incêndio?
R: Asfixia por inalação de gases tóxicos, queimaduras graves por todo o corpo.

  • Referência:
    Arquivo: http://www.poswb.com.br/jlas/cursos/CURSOS%20DIA%2030-10/download.php?arquivo=13H30%20-%20RAFAEL%20LINDEN%20-%20TICIANO.pdf
    Análises Toxicológicas. Prof. Dr. Rafael Linden.
Postado por Mayara Gazoli e Lara Pereira.

Cromatografia em camada delgada para o diagnóstico da intoxicação por aldicarb ("chumbinho") em cães e gatos.

LINK DO ARTIGO

Praguicidas são os principais responsáveis por intoxicações, tanto em seres humanos como em animais. Investigações sugerem que o uso ilegal do praguicida carbamato aldicarb(‘chumbinho”), tendo a finalidade de intoxicar cães e gatos, vem ocorrendo com freqüência na cidade de São Paulo, assim como em outras cidades que possuem grande numero de animais de rua.

A cromatografia em camada delgada foi capaz de identificar a presença desse praguicida em absolutamente todas as amostras do conteúdo estomacal que foi colhido dos animais intoxicados por aldicarb, mostrando que essa é uma técnica qualitativa muito eficiente e adequada para esse tipo de caso, além de ser relativamente rápida, com baixo custo e não sofrer interferência de componentes da matriz. Essa técnica foi útil também na identificação desse agente em outros tipos de amostras, como alimentos e iscas.


Referência:

XAVIER, F.G. et al . Cromatografia em camada delgada para o diagnóstico da intoxicação por aldicarb ("chumbinho") em cães e gatos. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., Belo Horizonte, v. 59, n. 5, Oct. 2007 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-09352007000500020&lng=en&nrm=iso>. access on 07 Apr. 2011. doi: 10.1590/S0102-09352007000500020. 

Postado por Mayara Gazoli.


Vídeo sobre Laboratório de Toxicologia Forense



Jornal de Portugal mostra como o Departamento de Toxicologia Forense de um laboratório confirma a presença de substâncias ilícitas em uma amostra de sangue de um indivíduo que morreu após um acidente de carro.

Postado por Lara Pereira e Mayara Gazoli

Histórico e Fatores Sócio-Econômicos

           Até ao século XX, a toxicologia forense limitava-se a estabelecer a origem tóxica de um determinado crime; o “toxicologista” atuava diretamente no cadáver com a mera intenção da pesquisa e identificação do agente. Atualmente o campo de ação desta ciência é mais vasto, estendendo-se desde as perícias no vivo e no cadáver até circunstâncias de saúde pública, tais como aspectos da investigação relacionados a eventual falsificação ou adulteração de medicamentos e de acidentes químicos de massa.
No caso das pessoas vivas estes exames têm o objetivo de rastrear e confirmar a eventual presença de drogas de abuso para caracterização do estado de toxicodependência e com o regime legal da fiscalização do uso de substâncias psicoativas nos utilizadores da via pública. Neste último caso a participação, a Polícia Técnico-Científica compreende, além dos procedimentos para garantia de cadeia de custódia de produtos e amostras, os exames de quantificação de álcool etílico no sangue, e o rastreio e confirmação da presença das diversas substâncias na urina e no sangue, respectivamente. Os exames no vivo têm como objetivo a avaliação da intoxicação como circunstância qualificadora de delito, como causa de periculosidade ou de inimputabilidade. Em caso de morte por intoxicação que se enquadra no âmbito da morte violenta, existe obrigatoriedade de, nesta suspeita, se proceder à autópsia médico-legal, e conseqüentemente, em geral, à requisição de perícia toxicológica (.Código de Processo Penal - Decreto-Lei Nº 3.689, se 3 de outubro de 1941; Código Penal - Decreto-Lei nº 2.848, de 07 de dezembro de 1940).
            Existe uma variedade de amostras que podem ser analisadas em toxicologia forense, tais como órgãos colhidos na autópsia, fluídos biológicos obtidos do cadáver ou do vivo, e produtos orgânicos e inorgânicos suspeitos (líquidos, sólidos, vegetais, etc.). Conforme a especificidade do caso e o tipo de análise pretendida, são realizadas a seleção e colheita das amostras mais adequadas.                   A estas não pode ser adicionado qualquer preservante ou conservante, devendo o seu acondicionamento e remessa obedecer a critérios de garantia da cadeia de custódia, passos fundamentais à preservação da prova e correta realização da perícia. Assim, na conservação das amostras devem ser eliminados todos e quaisquer fatores de contaminação e, para o seu acondicionamento deve-se atender às condições de luz, umidade e calor - fontes prováveis de reações de oxidação ou hidrólise que podem acelerar a decomposição da maioria dos xenobióticos.
            O exame toxicológico deve ser capaz de detectar qualquer substância química exógena presente no material objeto da perícia. O fato de existir um elevado número de substâncias potencialmente tóxicas constitui uma limitação importante na realização destas perícias, pelo que a maior parte dos laboratórios dirigem a sua investigação na procura daqueles que, segundo a casuística da respectiva área de atividade, estão implicados na maior parte dos casos. Para a seleção dos tóxicos a serem pesquisados, é fundamental a informação sobre o evento (policial, clínico, familiar) e a descrição dos achados da autópsia, uma vez que cada caso tem as suas próprias particularidades.


·         As matrizes biológicas utilizadas na caracterização da exposição humana, em testes in vivo, são: urina, plasma, sangue, saliva e cabelo, podendo ser utilizadas matrizes alternativas como suor, unha, mecônio, tecidos e cabelos de recém-nascidos, como exemplifica a verificação de suspeição de exposição intra-uterina


·         As matrizes biológicas normalmente utilizadas na caracterização da exposição humana, em análises post mortem, são: sangue total (aorta, cavidade cardíaca e femoral), humor vítreo e vísceras, como fígado e rins, e cérebro.



  • Referências:
Ferreira M, Emyr, Figueiredo F B, Valeria, Gomes P, Núbia, et al. Levantamento de Laboratórios Analíticos de Toxicologia Forense. 2004. Acesso em março de 2011. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/reblas/pesquisa_toxicologia_forense.pdf>


Rabello A, Sérgio. Toxicologia Forense e Saúde Pública: Desenvolvimento e avaliação de um sistema de informações como ferramenta para a vigilância de agravos decorrentes da utilização de substâncias químicas. 2005.  Acesso em abril de 2011. Disponível em <http://www.crf-ba.org.br/biblioteca/txociovigil_forense.pdf>

Postado por Carlos Alberto Bastos

Curiosidades sobre Toxicologia Forense



Toxicologia
É a ciência que estuda as intoxicações, os venenos que as produzem, seus sintomas, seus efeitos, seus antídotos e seus métodos de análise. O termo tóxico vem do grego toxicon que quer dizer flecha envenenada.

Fatores que infuenciam na Toxicidade
  • Fatores que dependem do sistema biológico - Idade, peso corpóreo, temperatura, fatores genéticos, estados nutricionais e patológicos.
  • Quantidade ou concentração do agente tóxico.
  • Estado de dispersão - Importante a forma e o tamanho das partículas.
  • Afinidade pelo tecido ou organismo humano.
  • Solubilidade nos fluídos orgânicos.
  • Sensibilidade do tecido ou organismo humano.
  • Fatores da substância em si.
Principais Agentes Tóxicos
  • Tóxicos Gasosos
  • Tóxicos Voláteis
  • Tóxicos Orgânicos Fixos
  • Tóxicos Orgânicos Metálicos
  • Tóxicos Orgânicos Solúveis


O exame toxicológico possui várias aplicações; Para encontrar indícios de exposição ou ingestão de produtos tóxicos, drogas de abuso e substâncias potencialmente causadoras de intoxicações.

Existem diversas tecnologias de exame toxicológico;
  • Exame toxicológico instantâneo - Parecidos com testes caseiros para gravidez, são baratos e rápidos, porém muito pouco confiáveis e com janela de detecção curta; Usam como base de teste fluídos corporais, como urina e suor.
  • Exame toxicológico laboratorial - É realizado em laboratórios a partir de amostras biológicas - queratina (cabelo ou pêlos), sangue, urina ou saliva. Caso o laboratório possuir boas práticas técnicas o exame é confiável mas há de se considerar, no entanto, as limitações de cada tecnologia e refletir a respeito do uso do exame toxicologico.
Os testes laboratoriais baseados em fluídos corporais não conseguem ter uma janela de detecção (período no qual o exame é capaz de detactar o consumo de drogas) maior do que alguns dias (até 7 dias para maconha e menos de 3 dias para todas outras drogas, como cocaína, crack, ecstasy, anfetaminas...); Também não podem quantificar a droga consumida. Seu uso é indicado para situações onde é importante saber se houve o consumo recente da droga, tal como procedimentos pós-acidentes.


Já o exame toxicologico baseado em amostras de queratina possui uma janela de detecção muito maior (nosso exame padrão tem a janela de até 6 meses) e pode diferenciar a quantidade de drogas utilizada (nossos laudos vêm com uma escala de levíssimo a pesadíssimo) além de terem uma coleta mais fácil e menos invasiva. Essa tecnologia de exame toxicológico é mais cara que exames de urina e não detectam o consumo recente, somente após cerca de 7 dias. São muito mais eficientes em processos admissionais, randômicos ou onde é necessária uma avaliação da quantidade de droga consumida, tal qual no uso para diagnóstico ou acompanhamento de usuários de drogas sob tratamento.
    Existe uma variedade de amostras e teste que podem ser analisadas em toxicologia forense, tais como órgãos colhidos na autópsia, fluídos biológicos obtidos do cadáver ou do vivo, e produtos orgânicos e inorgânicos suspeitos (líquidos, sólidos, vegetais, etc.). Conforme a especificidade do caso e o tipo de análise pretendida, são realizadas a seleção e colheita das amostras mais adequadas. 

Alguns testes realizados são:
Remoção e Identificação de Contaminação de Droga em Análise de Cabelos Humanos
O procedimento utilizado por este laboratório para remover e identificar a contaminação de drogas nas amostras de cabelo será demonstrado em vários experimentos apartir de cabelos contaminados. Os modelos incluem imersão e revestimento com drogas seguidas por 6 horas em condições de suor; A imersão da amostra será em uma alta concentração de cocaína seguido por armazena-lá e depois submetida a múltiplos tratamentos com shampoos comuns.
O procedimento de lavagem junto com o critério de lavagem será aplicado em todas as amostras contendo droga em quantidades superiores ao cutoff. O critério de lavagem poderá indicar se a amostra é positiva devido a contaminação e não havendo mais nenhuma evidencia, a amostra será considerada negativa quanto ao uso de drogas. Esse critério também foi testado em indivíduos que tiveram amostras positivas para uma ou mais drogas em testes de urinas. Nesse estudo todas as amostras de cabelos passaram pelo critério de lavagem obtendo o mesmo resultado que os testes de urina.

Monitoração de Droga no Campo:  Aplicação de Testes em Estagiários, para Cocaína  em Urina e Cabelo.
   A triagem pré-admissional para droga, resulta na exclusão da contratação considerando a não repetição do teste para todos os efeitos práticos. No caso da triagem pré-admissional, a pessoa provavelmente nunca será chamado de volta, e, portanto, não saberá as razões da não contratação. Para muitos tipos de drogas, o trabalhador pode simplesmente se abster do uso de drogas por um período muito curto, e produzir uma amostra negativa. Assim, o teste identificará apenas aqueles que estão indiferentes, aqueles que são obsessivamente viciados, ou aqueles que estão profundamente inaptos.           O programa de teste pode ser visto simplesmente como um sistema de alerta para usuários de determinada droga  que podendo reivindicar o resultado primeiro teste como errado (por exemplo, que sua amostra foi trocada ou contaminadas). Então, teriam tempo de se abster podendo fornecer um segundo  amostra negativa. Há muitos outros cenários imaginários que ilustram as dificuldades e complexidades de um sistema de testes de bioensaio que depende exclusivamente de um único momento de coleta da amostra.
O exame de urina é o método mais comum de testes de drogas psicoativas em uso. A partir de uma perspectiva prática, a quantidade de testes necessários para se aproximar de uma equidade ou segurança de detecção num sistema de monitorização por urina se tornaria muito oneroso.
Além disso, a falta de acompanhamento no momento da coleta possibilita qualquer substituição ou adulteração por produtos químicos da amostra. O ato de observar  o individuo coletar a urina pode desencadear questões como invasão de privacidade, assedio moral e sexual.. Isso levou à contemplação e ao desenvolvimento, em certa medida de sistemas baseados em outras matrizes, tais como teste de suor. Com exceção da análise do cabelo, estes sistemas alternativos de  matriz, em grande escala não se concretizou no mercado.

Teste de Drogas por Análise de Cabelo no Local de Trabalho: Vantagens e Desvantagens .
  1. O teste de cabelo oferece uma ampla janela de detecção do uso de drogas, geralmente de três meses, para testes de drogas no local de trabalho. Consequentemente, a principal estratégia para combater os três dias de janela de detecção de urina nos testes pré-admissionais, a abstenção temporária não pode ser aplicada contra os testes de cabelo.
  2. A matriz do cabelo fornece um ambiente altamente protetor e inerte para os analitos. Isso resulta em estabilidade dos analitos por longos períodos de tempo, mesmo na ausência de refrigeração. A estabilidade do analito durante centenas de anos tem sido demonstrada para a cocaína e a morfina através de amostras de cabelo.Essa excepcional estabilidade dos analitos permite o transporte e armazenamento prático de amostras de cabelo sem refrigeração. Como as amostras de cabelo são extensivamente lavadas antes da análise, procedimentos de adulteração eficazes contra a urina, como adulteração da amostra não pode ser empregada contra os testes de cabelo. Além disso, por causa do longo período de tempo, consumo de água e outras tentativas de burlar o sistema se tornam ineficazes na  análise do cabelo.
  3. Lavagem normal, permanente, alisamento ou descoloração do cabelo também são táticas ineficazes  e evasivas quando utilizado procedimentos de extração adequados que envolvam o domínio inacessível do cabelo.
  1. No caso de um resultado inicial ser contestado, uma segunda amostra recém-coletada pode ser obtido, que pode reproduzir o mesmo período do ensaio original. Essa repetição não é possível com testes de urina porque o período de dois a três dias de janela de detecção terá passado. A capacidade de obter uma segunda amostra fornece uma importante proteção contra erros no local da coleta ou no laboratório.
  2. O cabelo é convenientemente coletado sem constrangimento sob rigorosa observação. Em comparação a cadeia de custódia de urina sem observação é comprometida no início.
  3. Os funcionários podem demonstrar, através da análise do cabelo que superaram seus problemas com drogas.
Monitoração Terapêutica Analítica de Drogas e Toxicologia
Questões envolvendo teste de cabelo
Preconceito Racial em Procedimento de teste de cabelo
Tem se estudado possíveis alterações de resultados por influência racial. No entanto, no caso de análises de cabelos esta questão foi abordada em um estudo definitivo por Mieczkowski e Newel, pelo menos para os métodos em que a fração de melanina tem sido removida pela centrifugação antes da análise. Estes autores avaliaram a hipótese de que os testes de cabelo para cocaína seriam submetidos à análise avaliando a questão racial. Como população,  selecionaram 315 afro-americanos e 846 caucasianos detidos na prisão de Pinelas County, FL. O uso de cocaína foi avaliado pela urina, cabelo e auto-relatos.  Cada uma das análises de uso de drogas mostrou que o grupo Afro-americano tinha consumido o dobro de drogas que o grupo de cor branca. Partindo do pressuposto de que  o auto-relato não é racialmente preconceituoso, os resultados apontaram para a mesma conclusão tanto para o exame de urina como para análise do cabelo.

  • ReferênciaPsychemedics Brasil. Exame Toxicológico. Acesso em 02 de abril de 2011. Disponível em <http://www.psychemedics.com.br/exame-toxicologico>
Postado por Caroline Zanlorenzi